Nossa Visão - 20/11/2017

Retrospectiva

Conforme fontes palacianas, diante da reação negativa da base aliada a uma ampla troca de ministros, o presidente Temer teria decidido fazer uma reforma ministerial pontual nos próximos dias a fim de tentar garantir os 308 votos para a aprovação da reforma da previdência.

Numa costura com a base aliada, o governo deverá divulgar uma nova versão do texto, bem mais enxuta, nos próximos dias, já que corre contra o tempo para a aprovação ainda este ano. Deverá ser contemplada a adoção da idade mínima e a equiparação dos benefícios pagos a servidores públicos aos funcionários da iniciativa privada.

No setor externo, na zona do euro, foi informado que de acordo com a segunda revisão da agência Eurostat, o PIB da região cresceu 0,6% no terceiro trimestre de 2017, em relação ao anterior e 2,5% na base anual.

Já a produção industrial em setembro caiu 0,6%, frente agosto, como o previsto, mas avançou 3,3% na base ano. Por sua vez a inflação do consumidor da região foi confirmada em 1,4% na base ano, ainda distante da meta de 2%.

Nos EUA, a produção industrial subiu 0,9% em outubro, frente ao mês anterior, quando a expectativa era de uma alta de 0,5%. Já as vendas no varejo aumentaram 0,2% no mesmo mês, frente ao anterior, graças as fortes vendas de automóveis, que compensaram as quedas na venda de materiais de construção.

Quanto à inflação do consumidor, os preços subiram marginalmente em outubro, por causa da reversão da alta dos preços dos combustíveis. O avanço do CPI no mês foi de 0,1%.

Nos mercados de ações internacionais a semana foi de quedas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã caiu 0,61%, o FTSE-100, da bolsa inglesa, recuou 0,70%. O índice S&P 500, da bolsa norte-americana caiu 0,13% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 1,25%.

Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S subiu 0,30% na segunda medição de novembro, após alta de 0,36% na primeira. Já o IPC-Fipe, que apresentou alta de 0,31% na primeira medição de outubro, teve alta de 0,34% na segunda quadrissemana de novembro.

Em relação à atividade econômica, as vendas no varejo do país cresceram 0,5% em setembro, em relação a agosto e 6,4% na base ano. Já os serviços tiveram queda de 0,3%, inesperada pela maioria dos analistas.

Para a bolsa brasileira, foi uma nova semana de recuperação, com o Ibovespa subindo 1,76% e acumulando alta de 21,93% no ano e de 22,47% em doze meses. O dólar, por sua vez, subiu 0,39%, elevando a alta no ano para 0,69%. O IMA-B Total, por sua vez, subiu 0,53% na semana, acumulando alta no ano de 12,38%.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,09% em 2017, como na semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,03%, comparado a 4,04% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2017, a média das expectativas situou-se em 7%, como na pesquisa anterior e para o final de 2018 também em 7%, como na última pesquisa.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado manteve a evolução do PIB em 0,73%, e para 2018 elevou de 2,50% para 2,51%.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,25, no fim de 2017, frente a R$ 3,20 na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30, também como no último relatório.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80 bilhões em 2017, como na pesquisa anterior. Para 2018, as estimativas foram também mantidas em um ingresso de US$ 80 bilhões.


Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação do PMI industrial e de serviços de novembro.

Nos EUA, em semana de feriados, teremos a divulgação dos pedidos de bens duráveis em outubro.

No Brasil, além dos resultados parciais da inflação, teremos a divulgação do IBC-Br de setembro.

Quanto às aplicações financeiras dos RPPS, é importante destacarmos que o nosso Comitê de Investimento, por conta dos ganhos já obtidos com os investimentos em fundos e títulos de prazo mais longo, com as dificuldades na continuação da aprovação das reformas econômicas, bem como com a edição da Resolução 4.604, de 19 de outubro último, decidiu apresentar nova sugestão de alocação dos recursos financeiros.

Assim, também por força da diversificação de carteira, passamos a recomendar uma redução na exposição ao vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total para 15%. E passamos a considerar de 10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação passa a ser de uma exposição de 15%. Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.  

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.


Indicadores Diários - 17/11/2017


Índices de Referência - Outubro / 2017