NOSSA VISÃO - 29/01/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, o Banco Central Europeu, na sua primeira reunião do ano, decidiu manter a sua política de afrouxamento monetário e continuar com o programa de compra de ativos até uma recuperação sustentada da inflação. O BCE espera que as taxas de juros permaneçam nos níveis atuais por um longo período de tempo.

Nos EUA, os pedidos de bens duráveis subiram 2,9% em dezembro, frente a expectativa de um avanço de até 1,5%. Aviões e automóveis foram os principais condutores da forte alta.

Por outro lado, conforme a primeira leitura do Departamento de Comércio, o PIB americano no quarto trimestre de 2017 cresceu 2,3%, na base anual, quando a expectativa era de uma alta superior a 3%. Os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços do PIB, subiram no ritmo mais forte em três anos.

Nos mercados de ações internacionais a semana foi mais de baixas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã recuou 0,70%, o FTSE-100, da bolsa inglesa caiu 0,84%. Já índice S&P 500, da bolsa norte-americana subiu 2,23% e estabeleceu novo recorde e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, caiu 0,74%.

Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S acelerou a alta de 0,47% na segunda quadrissemana, para 0,59% na terceira quadrissemana de janeiro, por conta dos preços com a alimentação. E o IPCA-15, puxado pelos alimentos, acelerou de 0,35% em dezembro, para 0,39% na medição de janeiro.

Para a bolsa brasileira, foi uma outra semana de alta e de novo recorde, com o Ibovespa avançando 5,31% e acumulando alta de 11,95% no ano e de 29,53% em doze meses. O dólar, por sua vez, caiu 1,99%, levando a queda no ano para 4,93%. O IMA-B Total, por sua vez, subiu 1,24% na semana, acumulando alta de 3,52% no ano.

 

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,95% em 2018, como na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,25%, também como na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,75%, como na última pesquisa e 7,88% no final de 2019, frente a 7,89 na última pesquisa.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,66%, frente a 2,70% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, frente a 2,99% na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,30, no fim de 2018, sendo que no último relatório era de R$ 3,34 e em R$ 3,40 no final de 2019, como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80 bilhões em 2018 e 2019.


Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2017, da taxa de desemprego e da inflação do consumidor.

Nos EUA, teremos a divulgação da taxa de desemprego em janeiro, da criação de vagas de trabalho não agrícola, além da reunião do FED que decidirá sobre a evolução da taxa básica de juros.

No Brasil, teremos os resultados parciais da inflação, o resultado fiscal e a taxa de desemprego em dezembro.

No exterior, as atenções estarão voltadas para a reunião do FED e de uma possível elevação dos juros.  No Brasil, depois da euforia com a condenação do ex-presidente Lula, que deverá afasta-lo da corrida presidencial, o mercado voltará a focar os fundamentos econômicos e assim, estará atento à reunião do FED, exatamente duas semanas antes da próxima reunião do Copom.

Quanto às aplicações financeiras dos RPPS, por conta dos ganhos já obtidos com os investimentos em fundos e títulos de prazo mais longo, inclusive com os avanços em janeiro e com as dificuldades na continuação da aprovação das reformas econômicas e do ajuste fiscal, continuamos a recomendar uma exposição ao vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%. Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.  

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.



Indicadores Diários - 26/01/2018



Índices de Referência - Dezembro/2017