Nossa Visão - 27/11/2017
Retrospectiva
E foi apresentada pelo governo, a proposta mais enxuta da reforma da
Previdência. O texto ficou reduzido a quatro pontos:
1.
Idade mínima para se aposentar, de 62 anos para
as mulheres e 65 anos para os homens.
2.
Tempo mínimo de contribuição de 15 anos para o
Regime Geral e de 25 anos para os RPPS.
3.
Benefício integral exigirá 40 anos de
contribuição para todos.
4.
As contribuições sociais deixam de ficar
submetidas às DRU.
Na
apresentação do projeto para deputados, o presidente Temer falou em colapso,
caso a reforma não seja aprovada, sendo que a ideia do governo é votar a
proposta na Câmara dos Deputados em dezembro e no Senado em março. Analistas
políticos têm afirmado que ainda está distante de ser alcançado os 308 votos necessários
para a aprovação na Câmara.
No setor
externo, na zona do euro, foi informado que o PMI de serviços atingiu a máxima
de seis meses ao alcançar os 56,2 pontos em novembro, ante 55 em outubro, já o
PMI industrial chegou aos 60 pontos, sendo que em outubro estava em 58,5
pontos. As empresas da região continuam se fortalecendo.
Nos EUA, os
pedidos de bens duráveis caíram 1,2% em outubro, quando os analistas estimavam
um aumento de 0,4%. Já o PMI industrial recuou de 54,6 pontos em outubro, para
53,8 pontos em novembro.
Nos mercados
de ações internacionais a semana foi de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa
alemã subiu 0,51%, o FTSE-100, da bolsa inglesa, avançou 0,39%. O índice
S&P 500, da bolsa norte-americana, depois de atingir nova máxima, subiu 0,91%
e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 0,69%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S subiu 0,32%
na terceira medição de novembro, após alta de 0,30% na segunda. Já o IPC-Fipe,
que apresentou alta de 0,34% na segunda medição de outubro, teve alta de 0,32%
na terceira quadrissemana de novembro.
Já o IPCA-15,
prévia da inflação de novembro, subiu 0,32%, puxado principalmente pelos preços
da energia elétrica. Em contrapartida, as passagens aéreas e os alimentos
ficaram mais baratos.
Em relação à
atividade econômica, o Banco Central informou que o IBC-Br cresceu 0,40% em
setembro e 1,3% em relação ao ano anterior. O comportamento no mês foi
influenciado pela alta de 0,2% da produção industrial, de 0,5% de alta do
varejo e pelo recuo de 0,3% no volume de serviços.
Para a bolsa
brasileira, foi uma nova semana de alta, com o Ibovespa subindo 0,98% e acumulando
alta de 23,13% no ano e de 20,47% em doze meses. O dólar, por sua vez, caiu 1,49%, levando a baixa no ano para 0,89%. O
IMA-B Total, por sua vez, subiu 0,21% na semana, acumulando alta no ano de 12,62%.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,06% em 2017, frente a 3,09% na
semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,02%, comparado a 4,03% na
semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2017, a média das expectativas situou-se em 7%, como na pesquisa
anterior e para o final de 2018 também em 7%, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado manteve a evolução do PIB em 0,73%, e para 2018 elevou
de 2,51% para 2,58%.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,25, no
fim de 2017, como na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30,
também como no último relatório.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80
bilhões em 2017, como na pesquisa anterior. Para 2018, as estimativas foram
também mantidas em um ingresso de US$ 80 bilhões.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação da taxa de desemprego em outubro e da
inflação do consumidor em novembro.
Nos EUA,
teremos a divulgação de nova estimativa do PIB do terceiro trimestre e do Livro
Bege.
No Brasil,
além dos resultados parciais da inflação, teremos a divulgação do PIB do
terceiro trimestre.
Tanto no
Brasil, quanto no exterior as atenções estarão voltadas para os dados de
atividade econômica, principalmente no Brasil onde ele está em processo de
recuperação. No entanto, o foco do mercado financeiro estará no avanço das
tratativas para a aprovação da reforma previdenciária.
Quanto às aplicações financeiras dos RPPS,
é importante destacarmos que o nosso Comitê de Investimento, por conta dos
ganhos já obtidos com os investimentos em fundos e títulos de prazo mais longo,
com as dificuldades na continuação da aprovação das reformas econômicas, bem
como com a edição da Resolução 4.604, de 19 de outubro último, decidiu
apresentar nova sugestão de alocação dos recursos financeiros.
Assim, também por força da diversificação de
carteira, passamos a recomendar uma redução na exposição ao vértice de longo
prazo, representado pelo IMA-B Total para 15%. E passamos a considerar de 10%,
a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão
do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a
nossa recomendação passa a ser de uma exposição de 15%. Já para os vértices de
curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e
pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o
desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual
máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a recomendação de que, com a
devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as
exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de
aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI
Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais
longos.
Quanto à renda variável, continuamos a
recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das
expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em
um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de
Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com
a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações -
FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com
o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações
em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem
contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou
necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam
o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas
efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários - 27/11/2017
Índices de Referência - Outubro / 2017