Nossa Visão - 04/12/2017
Retrospectiva
Permanece o
impasse em relação à votação da PEC da reforma da Previdência. Conforme os
analistas políticos, será mais difícil ainda a aprovação do texto se a votação
for deixada para 2018. Então, o prazo limite para a votação neste ano seria o
dia 15 de dezembro, na medida em que na última semana antes do recesso, em 22
de dezembro, é dedicada às votações do Orçamento do próximo exercício.
No setor
externo, na zona do euro, a taxa de desemprego em outubro foi de 8,8%, um
décimo abaixo da do mês anterior. Já a inflação do consumidor, avançou de 1,4%
em outubro, para 1,5% em novembro, embora os analistas a estimassem em 1,6%.
Nos EUA, a
segunda revisão do PIB do terceiro trimestre mostrou que a economia cresceu a
um ritmo anual de 3,3%, portanto acima do cálculo de 3% da primeira estimativa
e da estimativa de 3,2% da maioria dos analistas.
Nos mercados
de ações internacionais a semana foi de altas e baixas. Enquanto o Dax, índice
da bolsa alemã caiu 1,52% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, 0,67%, o índice
S&P 500, da bolsa norte-americana, depois de atingir nova máxima, subiu 1,53%
e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 1,19%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S subiu 0,36%
na última medição de novembro, após alta de 0,32% na terceira. Já o IPC-Fipe,
que apresentou alta de 0,32% na terceira medição de outubro, teve alta de 0,29%
na última quadrissemana de novembro.
Já o IGP-M, a
inflação do aluguel, avançou 0,52% em novembro, após subir 0,20% em outubro,
principalmente devido aos aumentos dos preços dos transportes, com destaque
para a gasolina.
Em relação à
atividade econômica, o IBGE informou que o PIB do Brasil avançou 0,1% no
terceiro trimestre em relação ao anterior, com destaque para a recuperação dos
investimentos que subiram 1,6%, após 15 trimestres seguidos em queda.
Para a bolsa
brasileira, foi uma semana de queda, com o Ibovespa recuando 2,55%, mas ainda acumulando
alta de 19,99% no ano e de 19,81% em doze meses. O dólar, por sua vez, subiu 1,04%,
levando a alta no ano para 0,14%. O IMA-B Total, por sua vez, caiu 0,59% na
semana, acumulando alta no ano de 11,95%.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,03% em 2017, frente a 3,06% na
semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,02%, como na semana
anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2017, a média das expectativas situou-se em 7%, como na pesquisa
anterior e para o final de 2018 também em 7%, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,89%, frente a 0,73% na
semana anterior e para 2018 elevou de 2,58% para 2,60%.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,25, no
fim de 2017, como na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30,
também como no último relatório.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 78
bilhões em 2017, frente a US$ 80 bilhões na pesquisa anterior. Para 2018, as
estimativas foram mantidas em um ingresso de US$ 80 bilhões.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação das vendas no varejo em outubro, do PMI
composto de novembro e de nova revisão do PIB do terceiro trimestre.
Nos EUA,
teremos a divulgação do relatório de emprego em novembro e das encomendas à
indústria em outubro.
No Brasil,
além dos resultados parciais da inflação, teremos a última reunião do Copom em
2017 e a divulgação do IPCA de novembro.
No exterior as
atenções estarão voltadas para os dados de emprego nos EUA e no Brasil para a
taxa de inflação de novembro, além do direcionamento da taxa Selic que será
decidido na reunião do Copom em 6 de dezembro. O mercado estima que haverá uma
redução de 0,5 p.p., embora com as dúvidas que permanecem sobre a aprovação da
reforma da Previdência, uma decisão mais conservadora não seria surpreendente.
Quanto às
aplicações financeiras dos RPPS, por conta dos ganhos já obtidos com os
investimentos em fundos e títulos de prazo mais longo e com as dificuldades na
continuação da aprovação das reformas econômicas, recomendamos uma exposição ao
vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de
10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a
gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%.
Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos
que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017,
o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano,
que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e,
portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos
multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em
fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que
a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de
10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários - 04/12/2017
Índices de Referência - Outubro/2017