NOSSA VISÃO - 15/01/2018
Retrospectiva
A não
aprovação da reforma da Previdência, está custando ainda mais caro ao país. A
agência de classificação de risco Standard & Poors rebaixou novamente a
nota de crédito da dívida soberana do país para BB-, ante BB, em função da
demora na aprovação de medidas para reequilibrar as contas públicas e de
incertezas devido às eleições deste ano.
Para a
diretora de ratings soberanos da agência, Lisa Schineller, será muito difícil a
reforma da Previdência ser votada neste ano no Brasil, marcado por eleições
presidenciais, bem como avançar com medidas fiscais mais dolorosas. Com o novo
rebaixamento, o país fica três níveis abaixo do grau de investimento, perdido
em setembro de 2015.
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, a taxa de desemprego em novembro
recuou de 8,8% para 8,7%, em linha com o que se esperava.
Já a produção
industrial nesse mês avançou 1% em relação a outubro e as vendas no varejo
2,8%, também sobre o mês anterior. Ambos os indicadores tiveram desempenho
melhor que as expectativas.
Nos EUA, a
inflação do consumidor subiu 2,1% na base anual em dezembro, conforme se
esperava e as vendas no varejo, excluídos os veículos, avançou 0,4%, também
conforme o consenso.
Nos mercados
de ações internacionais a semana foi mais de altas e baixas. Enquanto o Dax,
índice da bolsa alemã recuou 0,56%, o FTSE-100, da bolsa inglesa subiu 0,70% e o
índice S&P 500, da bolsa norte-americana 2,29%. Já o Nikkey 225, da bolsa
japonesa recuou 0,26%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-Fipe teve alta
de 0,55% na primeira semana do ano, repetindo a taxa registrada em dezembro. Já
o IPC-S teve alta de 0,31% na primeira quadrissemana, depois de subir 0,21% em
dezembro. E o IGP-M, com a alta nos preços dos alimentos, teve avanço de 0,75%
na primeira previa do ano.
Quanto ao IPCA
de dezembro, a alta foi 0,44%, acima do que se esperava, no entanto foi a
primeira vez na história que a variação no ano, de 2,95% ficou abaixo do centro
da meta.
Por sua vez,
as vendas no varejo subiram em novembro 2,5% sobre o mês anterior, quando a
expectativa era de um avanço de 0,8%.
Para a bolsa
brasileira, foi uma semana de alta, com o Ibovespa avançando 0,35% e acumulando
alta de 3,86% no ano e de 24,66% em doze meses. O dólar, por sua vez, caiu 0,65%,
levando a queda no ano para 2,67%. O IMA-B Total, por sua vez, subiu 1,06% na
semana, acumulando alta de 2,01% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,95% em 2018, como na semana
anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,25%.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,75%, como na última pesquisa e 8%
no final de 2019.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,70%, frente a 2,69% na
semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,80%
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,35, no
fim de 2018, como no último relatório e em R$ 3,40 no final de 2019.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80
bilhões em 2018 e 2019.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação da inflação do consumidor em dezembro.
Nos EUA,
teremos a divulgação da produção industrial em dezembro e do Livro Bege.
No Brasil,
além dos resultados parciais da inflação, teremos a divulgação do IBC-Br de
novembro.
No exterior,
as atenções estarão voltadas para a divulgação do Livro Bege, que relatará o
andamento da atividade econômica nos EUA e no Brasil, o mercado estrará atento a
divulgação do IBC-Br também para o acompanhamento da evolução da atividade
econômica no país.
Quanto às
aplicações financeiras dos RPPS, por conta dos ganhos já obtidos com os
investimentos em fundos e títulos de prazo mais longo, mesmo com os avanços em
janeiro e com as dificuldades na continuação da aprovação das reformas econômicas
e do ajuste fiscal, continuamos a recomendar uma exposição ao vértice de longo
prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição
em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration,
produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%.
Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos que
para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o
percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano,
que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e,
portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos
multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em
fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que
a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de
10%.
Por
fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o
rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo
prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as
realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas
de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários - 12/01/2018
Índices de Referência - Dezembro/2017