Nossa Visão - 19/02/2018
Retrospectiva
Inicialmente,
era intenção do governo intensificar seus esforços para dar prosseguimento à
reforma da previdência nas próximas duas semanas. A ideia era iniciar as
discussões na Câmara dos Deputados hoje e votar a matéria até o dia 28 de
fevereiro. Entretanto, a intervenção federal no Rio de Janeiro vai atrapalhar
esse calendário, na medida em que a Constituição não pode ser emendada enquanto
vigorar a intervenção. A Câmara vota hoje o decreto de intervenção e parece que
a reforma da Previdência fica cada vez mais distante.
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, a agência Eurostat informou que a
produção industrial saltou mais do que o esperado em dezembro, impulsionada
pela fabricação de bens de consumo duráveis e intermediários. A alta de 0,4%
sobre o mês anterior, levou a alta acumulada na base anual para 5,2%.
Nos EUA, a inflação
do consumidor surpreendeu em janeiro ao registrar avanço de 0,5%, com as
famílias pagando mais pela gasolina, aluguéis e saúde. Na base anual o aumento
foi de 2,1%. Excluindo os itens voláteis, como alimentos e energia, o índice
subiu 0,3%, ritmo mais forte desde janeiro de 2017.
Já as vendas
no varejo apresentaram em janeiro queda de 0,2%, sobre o mês anterior, quando a
expectativa era de uma alta de 0,3%, sendo que em dezembro o avanço havia sido
de 0,4%.
Nos mercados
de ações internacionais, a semana passada foi de recuperação das quedas da
semana anterior. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã subiu 2,85%, o FTSE-100,
da bolsa inglesa também avançou 2,85%, o índice S&P 500, da bolsa
norte-americana 4,30% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 1,58%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S depois de
ter registrado alta de 0,70% na primeira quadrissemana de fevereiro, reduziu a
alta para 0,46% na segunda medição. Já o IPC-Fipe desacelerou a alta de 0,25%
na primeira mediação, para 0,03%, na segunda. E por fim, o IGP-10 também
desacelerou a sua alta para 0,23% em fevereiro, depois do avanço de 0,79% em
janeiro.
Foi divulgada
a ata da última reunião do Copom, em que a taxa Selic foi reduzida de 7% para
6,75%. Para o Banco Central, a piora no cenário internacional e a retomada mais
consistente da atividade econômica no Brasil são fatores que contribuem para o
fim do ciclo de queda das taxas de juros, agora em sua mínima histórica.
Para a bolsa
brasileira, foi também uma semana de alta, com o Ibovespa subindo 4,48%. Assim,
a alta acumulada no ano se elevou para 10,63% e de 24,76% a de doze meses. O
dólar, por sua vez, caiu 1,34%, levando a queda no ano para 2,11%. O IMA-B
Total, por sua vez, subiu 1,12% na semana, acumulando alta de 3,54% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,81% em 2018, frente a 3,84% na semana
anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,25%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,75%, como na última pesquisa e em 8%
no final de 2019, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,80%, frente a 2,70% na
semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, como na semana
anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,30, no
fim de 2018, como no último relatório e em R$ 3,39 no final de 2019, como na
semana anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80
bilhões em 2018 e 2019.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação do PMI industrial e do de serviços, em
fevereiro e da última revisão da inflação do consumidor em janeiro.
Nos EUA, também
teremos a divulgação do PMI industrial e o de serviços, além da ata da última
reunião do FED.
No Brasil, teremos
os resultados parciais da inflação, com destaque para o IPCA-15 de fevereiro,
bem como a divulgação do IBC-Br de dezembro.
No exterior a principal
divulgação é a da ata da última reunião do FED, que poderá dar melhores
indicações sobre a possível alta dos juros na próxima reunião e no Brasil, teremos
a divulgação do IPC-15 de fevereiro e a retomada dos trabalhos legislativos que
definirão o andamento da reforma da Previdência.
Quanto às
aplicações financeiras dos RPPS, continuamos a recomendar uma exposição ao
vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de
10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a
gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%.
Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos
que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017,
o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano,
que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e,
portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos
multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em
fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que
a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de
10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários - 16/02/2018
Índices de Referência - Janeiro/2018