NOSSA VISÃO - 12/03/2018
Retrospectiva
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, a agência Eurostat procedeu a nova
revisão do PIB, em que a taxa de crescimento foi ajustada de 2,5% para 2,3% em
2017. No quarto trimestre a evolução foi efetivamente de 0,6%.
Em sua segunda
reunião no ano, o Banco Central Europeu manteve a taxa básica de juros em 0% e
a de depósitos em -0,4% e manifestou a disposição de continuar a comprar
títulos no mercado depois de setembro, se necessário. O fim do programa de
estímulos de 30 bilhões de euros deve se encerrar nesse mês.
Nos EUA, a
criação de vagas de trabalho fora do setor agrícola teve em fevereiro o ritmo
mais forte em um ano e meio. Foram criados 313 mil postos, quando a expectativa
era de 205 mil. A taxa de desemprego, por sua vez, permaneceu em 4,1% pelo
quinto mês, uma vez que mais pessoas passaram a procurar emprego.
Já o Livro
Bege revelou que as empresas estão reportando um aperto persistente no mercado
de trabalho, com aceleração dos ganhos salariais em muitas regiões. No geral, a
atividade econômica se expandiu num ritmo moderado.
Nos mercados
de ações internacionais, a semana passada foi de altas. Enquanto o Dax, índice
da bolsa alemã avançou 3,63%, o FTSE-100, da bolsa inglesa subiu 2,19%, o índice
S&P 500, da bolsa norte-americana 3,54% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 1,36%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S depois de
ter registrado alta de 0,17% em fevereiro, reduziu o avanço para 0,13% na primeira
medição de março. Já o IGP-M, a inflação do aluguel registrou alta de 0,60% na
primeira medição de março, depois de ter subido 0,16% em fevereiro, por conta
dos maiores preços dos alimentos.
Quanto ao
IPCA, depois de ter subido 0,29% em janeiro, acelerou a alta para 0,32% em
fevereiro, por conta principalmente dos reajustes das mensalidades escolares.
Mesmo assim foi a menor alta para um mês de fevereiro em 18 anos.
Foi divulgado
pelo IBGE que a indústria brasileira produziu 2,4% a menos em janeiro, frente a
dezembro, a queda mais forte em dois anos, por conta de ajuste na produção de veículos.
Para a bolsa
brasileira, foi uma também semana de alta, com o Ibovespa avançando 0,71%. Assim,
a alta acumulada no ano foi de 13,05% e de 33,55% a de doze meses. O dólar, por
sua vez, caiu 0,36%, levando a queda no ano para 1,77%. O IMA-B Total, por sua
vez, subiu 0,18% na semana, acumulando alta de 4,35% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,67% em 2018, frente a 3,70% na semana
anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,20%, frente a 4,24% na semana
anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, frente a 6,75% na última pesquisa
e em 8% no final de 2019, como na pesquisa anterior.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,87%, frente a 2,90% na
semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, como na semana
anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,30, no
fim de 2018, como no último relatório e em R$ 3,39 no final de 2019, frente a
R$ 3,38 na semana anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80
bilhões em 2018 e 2019.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação da inflação do consumidor em fevereiro,
da produção industrial em janeiro.
Nos EUA,
teremos a divulgação das vendas no varejo, da produção industrial e da inflação
do consumidor em fevereiro.
No Brasil, teremos
a divulgação dos resultados parciais da inflação e das vendas no varejo em
janeiro.
No exterior a principal
divulgação será a da inflação do consumidor em fevereiro, num momento em que se
discute a possibilidade do FED ser mais agressivo na elevação dos juros e no
Brasil, teremos a divulgação das vendas no varejo, importante indicativo da
atividade econômica.
Quanto às
aplicações financeiras dos RPPS, recomendamos uma exposição ao vértice de longo
prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição
em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration,
produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%.
Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos
que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017,
o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano,
que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e,
portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos
multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em
fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que
a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de
10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
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