Nossa Visão - 02/04/2018

Retrospectiva

Em tempo de mudanças na equipe, por conta dos que irão disputar cargos nas próximas eleições, o presidente Temer escolheu Eduardo Guardia para comandar o Ministério da Fazenda, no lugar de Henrique Meirelles. Embora o atual secretário executivo do Ministério enfrentasse resistência no Congresso, a escolha de seu nome fez parte de um acordo entre Temer e Meirelles, para que o último se filiasse ao MDB.

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a confiança econômica nos 19 países da região caiu de 114,2 pontos em fevereiro, para 112,6 em março. Foi uma nova queda pelo terceiro mês consecutivo.

Nos EUA, a última revisão do PIB do quarto trimestre de 2017 mostrou uma taxa de crescimento de 2,9% sobre o trimestre anterior, ao invés de 2,5% como a penúltima estimativa. No ano, a evolução do PIB foi de 2,6%.

Já os gastos dos consumidores aumentaram marginalmente pelo segundo mês consecutivo em fevereiro, com o crescimento de 0,2%, sugerindo que a economia pode ter perdido força no primeiro trimestre deste ano.

Nos mercados de ações internacionais, a semana passada foi de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã subiu 1,77%, o FTSE-100, da bolsa inglesa avançou 1,95%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana 2,03% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 3,31%.

Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S depois de ter registrado alta de 0,14% na terceira mediação de março, avançou para 0,17% na última e encerrou o mês como em fevereiro. Já o IGP-M, a inflação do aluguel, encerrou março com uma alta de 0,64%, após ficar em 0,07% em fevereiro. O resultado teve forte participação dos preços no atacado.

Em relação ao desemprego, o IBGE divulgou que a taxa de desocupação no trimestre encerrado em fevereiro foi de 12,6%, com o total de desempregados chegando a 13,1 milhões de pessoas. Em janeiro a taxa de desemprego era de 12,2%

Foi também divulgada a ata da última reunião do Copom, em que foi decidida a redução da taxa Selic de 6,75% para 6,50%. Além de sinalizar a probabilidade de um novo corte em maio, a ata explicou os motivos que levaram o colegiado a projetar o fim do ciclo de redução da taxa Selic nas próximas reuniões a partir de junho.

Para a bolsa brasileira, foi também uma semana de alta, com o Ibovespa avançando 1,17%. Assim, a alta acumulada no ano foi ampliada para 11,73% e de doze meses para 30,80%. O dólar, por sua vez, subiu 0,60%, levando a alta no ano para 0,48%. O IMA-B Total, por sua vez, caiu 0,13% na semana, acumulando alta de 4,94% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,54% em 2018, frente a 3,57% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,08%, frente a 4,10% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,25%, frente a 6,50% na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,84%, frente a 2,89% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,30, no fim de 2018, como no último relatório e em R$ 3,40 no final de 2019, frente a R$ 3,39 na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80 bilhões em 2018, frente a US$ 77,50 bilhões na última pesquisa e de US$ 80 bilhões em 2019.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação das vendas no varejo e da taxa de desemprego em fevereiro, bem como do PMI composto e da inflação do consumidor de março.

Nos EUA, teremos a divulgação do relatório de emprego e da taxa de desemprego de março.

No Brasil, teremos a divulgação dos indicadores parciais de inflação e da produção industrial de fevereiro.

No exterior, a principal divulgação é a da taxa de desemprego e a criação de vagas de trabalho não rural em março, quando saberemos a evolução dos ganhos salariais e do seu potencial impacto na inflação. No Brasil, além dos dados parciais de inflação, teremos a divulgação da produção industrial em fevereiro, de forma a melhor dimensionarmos o processo de recuperação da atividade econômica.

Quanto às aplicações financeiras dos RPPS, continuamos a recomendar uma exposição ao vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) alteramos a nossa recomendação de uma exposição de 15%, para 25%, tendo-se em vista o prêmio ainda existente para ganho no curto prazo, antes do fim do atual ciclo de reduação da taxa Selic. Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida passa a ser de 20%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 02/04/2018

Índices de Referência - Fevereiro/2018