Nossa Visão - 23/04/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a revisão da inflação do consumidor em março concluiu que o índice variou efetivamente 1,3% na base anual, no mês, ao invés de 1,4% como havia sido inicialmente apurado.

Nos EUA, as vendas no varejo cresceram 0,6% em março, ante fevereiro, quando a alta prevista era de 0,3%. Já a produção industrial no mesmo período subiu 0,5%, quando estava previsto um avanço de 0,4%.

Com a divulgação do Livro Bege, por outro lado, o FED deu conhecimento aos mercados que a atividade se expandiu nos EUA entre meados de março e abril, sendo que os preços subiram em todos os distritos pesquisados. Para os salários, a alta foi modesta.

Nos mercados de ações internacionais, a semana passada foi novamente de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã subiu 0,79%, o FTSE-100, da bolsa inglesa avançou 1,43%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana 0,52%, e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 1,76%.

Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S depois de ter registrado alta de 0,35% na segunda quadrissemana de abril, reduziu a alta para 0,32% na terceira quadrissemana. Já o IPCA-15, prévia da inflação, subiu 0,21% e foi o menor índice para um mês de abril em 12 anos.

Por sua vez, o IGP-M teve alta de 0,40% na segunda prévia de abril, sendo que um mês antes o índice havia subido 0,59%.

Depois de começar o ano em terreno negativo, o IBC-Br, prévia do PIB calculada pelo Banco Central teve alta de 0,09% em fevereiro, após queda de 0,65% em janeiro. No entanto, as expectativas apontavam para uma alta de 0,13%.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de alta, com o Ibovespa subindo 1,44%. Assim, a alta acumulada no ano foi elevada para 11,97% e a de doze meses para 34,18%. O dólar, por sua vez, caiu 0,01%, levando a alta no ano para 3,09%. O IMA-B Total, por sua vez, subiu 0,20% na semana, acumulando alta de 4,95% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,49% em 2018, frente a 3,48% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,00%, frente a 4,07% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,25%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,75%, frente a 2,76% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,33, no fim de 2018, frente a R$ 3.30 no último relatório e em R$ 3,40 no final de 2019, frente a R$ 3,39 na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 77,50 bilhões em 2018, frente a US$ 80 bilhões na última pesquisa e de US$ 80 bilhões em 2019.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação do PMI composto de abril e a reunião do BCE que deliberará sobre política monetária.

Nos EUA, teremos a divulgação das encomendas de bens duráveis e da primeira prévia do PIB do primeiro trimestre de 2018.

No Brasil, teremos a divulgação dos indicadores parciais de inflação e da taxa de desemprego no trimestre encerrado em março.

No exterior, a principal divulgação é a do PIB do primeiro trimestre deste ano, que nos dará uma visão mais precisa sobre o andamento da economia americana e no Brasil teremos a divulgação da taxa de desemprego como o principal indicador.

Quanto às aplicações financeiras dos RPPS, continuamos a recomendar uma exposição ao vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) alteramos a nossa recomendação de uma exposição de 15%, para 25%, tendo-se em vista o prêmio ainda existente para ganho no curto prazo, antes do fim do atual ciclo de redução da taxa Selic. Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida passa a ser de 20%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 20/04/2018

Índices de Referência - Março/2018