Nossa Visão - 04/06/2018

Retrospectiva

Com a publicação no Diário Oficial, em edição extra, das três medidas provisórias prometidas pelo presidente Temer aos caminhoneiros, acabou, por enquanto a greve. A principal delas, a redução de R$ 0,46 no litro do diesel, será gerada pela diminuição de imposto (Cide e PIS/Cofins) no total de R$0,16 e os outros R$ 0,30virão através de subvenção a ser paga pelo Tesouro Nacional.

Segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, o impacto da greve dos caminhoneiros no crescimento econômico de 2018 deve ser reduzido, porque foi um choque forte, porém de prazo muito curto. No entanto, em relação a Petrobrás, pediu demissão Pedro Parente, o presidente da empresa que vinha conduzindo muito bem a recuperação financeira da empresa.

Em relação à economia internacional, na zona do euro, o desemprego caiu de 8,6% em março para 8,5% em abril, conforme as expectativas. Já a surpresa foi causada pela inflação do consumidor que em maio alcançou os 1,9% na base anual, segundo dados preliminares.

Nos EUA, o crescimento do PIB do primeiro trimestre de 2018 foi revisado para baixo e aumentou a uma taxa anual de 2,2%, ao invés de 2,3% da primeira estimativa.

Quanto aos empregos não rurais criados no mês de maio, o resultado veio acima das expectativas. Eram esperadas 190 mil novas vagas, enquanto as efetivamente criadas chegaram a 223 mil. A taxa de desemprego, por sua vez, recuou de 3,9% em abril para 3,8% em maio, igualando abril do ano 2000.

Nos mercados de ações internacionais, a semana passada foi novamente mais de quedas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã caiu 1,65%, o FTSE-100, da bolsa inglesa recuou 0,37%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana subiu 0,49%, e o Nikkey 225, da bolsa japonesa perdeu 1,24%.

Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S subiu 0,41% em maio, depois de subir 0,34% em abril. Já o IGP-M, a inflação do aluguel, registrou alta de 1,38% em maio, após haver subido 0,57% um mês antes, por conta de altas de preços no atacado e no varejo.

Conforme o IBGE, o PIB do Brasil cresceu 0,4% no primeiro trimestre de 2018, em relação ao anterior e 1,2% na base anual. Embora o consumo das famílias e os investimentos tenham subido, em um ano o setor agropecuário caiu 2,6%. O resultado era o esperado.

Em relação ao desemprego, que foi de 12,9% no trimestre terminado em abril, 13,4 milhões de pessoas estavam sem trabalho, uma alta de 5,7% em relação ao trimestre anterior. Em relação ao ano anterior houve uma queda de 4,5%.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de nova queda, com o Ibovespa recuando 2,10%. Assim, o ganho acumulado no ano recuou para 1,10%. O dólar, por sua vez, subiu 2,19%, elevando a alta no ano para 13,06%. O IMA-B Total, por sua vez caiu 0,21% na semana, acumulando alta de 1,69% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,65% em 2018, frente a 3,60% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,01%, frente a 4,00% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,18%, frente a 2,37% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,50, no fim de 2018, frente a R$ 3,48 no último relatório e em R$ 3,50 no final de 2019, frente a R$ 3,47 na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 75 bilhões em 2018, como na última pesquisa e de US$ 80 bilhões em 2019.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação da nova prévia do PIB do primeiro trimestre de 2018 e das vendas no varejo em abril.

Nos EUA, teremos a divulgação dos pedidos de bens duráveis em abril.

No Brasil, teremos a divulgação dos indicadores parciais de inflação, do IPCA de maio e da produção industrial em abril.

No exterior, teremos a divulgação do PIB do primeiro trimestre da zona do euro como fato importante e no Brasil a divulgação do IPCA de maio.

Quanto às aplicações financeiras dos RPPS, diante dos últimos acontecimentos que terão forte impacto no lado fiscal do setor público consolidado e após a realização de reunião de nosso Comitê de Investimento, passamos a não mais recomendar exposição ao vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total, nem por conta de diversificação. Continuamos a considerar de 10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs aumentamos a alocação sugerid de 20%, para 35%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passou a ser de 40%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais supre a meta atuarial. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.


** Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.

Indicadores Diários - 01/06/2018

Índices de Referência - Abril/2018