Nossa Visão - 06/08/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a agência Eurostat divulgou a primeira prévia do PIB da região no segundo trimestre, que avançou 0,3% ante o primeiro trimestre e 2,1% na base anual, quando se estimava um avanço de 2,2% nessa base.

 

A taxa de desemprego, por sua vez, manteve-se em 8,3% em junho, como era esperado. Já a inflação do consumidor em julho, conforme estimativa preliminar subiu para 2,1% na base anual, quando a prevista era de 2%.

 

Nos EUA, as 157 mil novas vagas de trabalho não rural criadas em julho vieram abaixo da estimativa, que era de 193 mil vagas. No entanto, a taxa de desemprego que era de 4% em junho, caiu para 3,9%, em linha com a previsão.

 

Por outro lado, o FED em sua reunião da última semana manteve a taxa básica de juros na faixa entre 1,75% e 2% ao ano, mas no comunicado pós-reunião reconheceu que os EUA crescem em ritmo forte, o que deve implicar em novo aumento dos juros na próxima reunião.

 

Para os mercados de ações internacionais, a semana passada foi mais de quedas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã recuou 1,90%, o FTSE-100, da bolsa inglesa caiu 0,55%. O índice S&P 500, da bolsa norte-americana subiu 0,76% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa perdeu 0,83%.

 

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 1,19% em junho, desacelerou a alta para 0,17% em julho, com o alívio principalmente nos preços da alimentação.

 

Conforme o IBGE, a produção industrial se recuperou em julho, frente à queda de 11% em maio, com um avanço de 13,1%. Na base ano a alta foi de 3,5%. Já a taxa de desemprego no trimestre findo em junho foi de 12,4%, enquanto no ano anterior estava em 12,7%.

 

Em sua reunião na semana anterior, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 6,5% ao ano e indicou não haver mudança tão cedo nos juros, com o impacto da greve sobre a atividade econômica.

 

Para a bolsa brasileira, foi outra semana de alta, com o Ibovespa subindo 1,96%. Assim, o ganho acumulado no ano chegou a 6,59%. O dólar, por sua vez, subiu 0,10% elevando a alta no ano para 12,46%. O IMA-B Total, por sua vez subiu 0,47% na semana, acumulando alta de 4,04% no ano.

 

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,11% em 2018, como na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,10%, também como na semana anterior.

 

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

 

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,50%, como na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

 

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,70, como no último relatório e em R$ 3,70 no final de 2019, novamente como na semana anterior.

 

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 67,00 bilhões em 2018, frente a US$ 67,50 bilhões na última pesquisa e de US$ 72 bilhões, frente a US$ 70 bilhões na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, não teremos divulgação relevante.

 

Nos EUA teremos a divulgação da inflação do consumidor em julho.

 

No Brasil, teremos a divulgação dos resultados parciais da inflação, do IPCA de julho, da ata da última reunião do Copom e das vendas no varejo em junho.

 

No exterior e no Brasil, os principais eventos serão a ata da última reunião do FED e do Copom, além do IPCA de julho.

 

Quanto aos cenários que norteiam as aplicações financeiras dos RPPS, depois das turbulências ocorridas em maio e junho, tanto no exterior quanto no Brasil, tivemos um mês de julho mais calmo e de alguma recuperação das bolsas e dos IMAs. Embora no cenário externo a "guerra" comercial deflagrada pelo governo Trump, a robustez do mercado de trabalho e o alto crescimento do PIB possam levar a uma política de aumento dos juros de forma menos gradual, o cenário local, em que as eleições presidências que dão o tom, parece estar um pouco mais claro, em benefício dos candidatos que são mais bem vistos pelo mercado financeiro, além da inflação, que com a fraqueza da economia segue baixa.

Assim, o nosso Comitê de Investimento deliberou aconselharmos a manutenção de 15% na exposição aos fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) passamos recomendar uma exposição de 30% e não mais de 20%. E para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs diminuímos a alocação sugerida de 35%, para 25%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 06/08/2018

Índices de Referência - Junho/2018