Nossa Visão - 13/08/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, não houve a divulgação de dados de maior relevância, no entanto, no continente europeu, a crise turca, por conta de desentendimentos com os EUA se aprofundou levando a maioria das moedas dos países emergentes para baixo frente ao dólar.

A crise se iniciou no campo político, pelo desacordo sobre o destino de um pastor americano julgado na Turquia por terrorismo e espionagem e se estendeu para o campo econômico com os EUA duplicando as tarifas de importação sobre o alumínio e o aço turcos. Só na sexta-feira a moeda turca afundou 19%.

Nos EUA, a inflação do consumidor subiu 0,2% em julho e 2,9% na base anual e o núcleo da inflação, em que se exclui a variação dos preços dos alimentos e da energia também subiu 2%, tendo a maior alta desde 2008.

Para alguns mercados de ações da Europa, a semana passada foi de quedas, com temores sobre a Turquia e o possível impacto no setor financeiro. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã recuou 1,52%, o FTSE-100, da bolsa inglesa subiu 0,10%. O índice S&P 500, da bolsa norte-americana caiu 0,25%, e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 1,01%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,17% em julho, subiu 0,20% na primeira quadrissemana de agosto, já o IGP-M acelerou a alta na primeira prévia do mês, depois de ter subido 0,41% no mesmo período do mês anterior.

O IPCA de julho, por sua vez, teve alta de 0,33%, frente a 1,26% em junho e acumulou avanço de 2,94% no ano e de 4,48% em doze meses.

Conforme o IBGE, as vendas no varejo subiram 0,7% no segundo trimestre de 2018, frente ao primeiro. O desempenho representa uma desaceleração ante o ritmo de crescimento verificado no primeiro trimestre do ano, quando o varejo cresceu 1%.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de forte queda, com o Ibovespa caindo 6,04%. Assim, o ganho acumulado no ano chegou a 0,15% e o de doze meses a 13,59%. O dólar, por sua vez, subiu 3,42% elevando a alta no ano para 16,30%. O IMA-B Total, por sua vez caiu 1,10% na semana, acumulando alta de 2,90% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,15% em 2018, frente a 4,11% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,10%, também como na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,50%, como na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,70, como no último relatório e em R$ 3,70 no final de 2019, novamente como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 68,00 bilhões em 2018, frente a US$ 67 bilhões na última pesquisa e de US$ 74 bilhões, frente a US$ 72 bilhões na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação de nova estimativa do PIB do segundo trimestre do ano, da produção industrial em junho e da inflação do consumidor de julho.

Nos EUA teremos a divulgação das vendas no varejo e da produção industrial em julho

No Brasil, teremos a divulgação dos resultados parciais da inflação e do IBC-Br de junho .

No exterior, embora sejam relevantes os dados americanos sobre as vendas no varejo e a produção industrial em julho, é na crise turca que estará o maior foco. E no Brasil, onde o dólar provoca inquietações, o mercado também estará focado na Turquia, além das pesquisas eleitorais.

Quanto aos cenários que norteiam as aplicações financeiras dos RPPS, depois das turbulências ocorridas em maio e junho, tanto no exterior quanto no Brasil, tivemos um mês de julho mais calmo e de alguma recuperação das bolsas e dos IMAs. Embora no cenário externo a "guerra" comercial deflagrada pelo governo Trump, a robustez do mercado de trabalho e o alto crescimento do PIB possam levar a uma política de aumento dos juros de forma menos gradual, o cenário local, em que as eleições presidências que dão o tom, parece estar um pouco mais claro, em benefício dos candidatos que são mais bem vistos pelo mercado financeiro, além da inflação, que com a fraqueza da economia segue baixa.

Assim, o nosso Comitê de Investimento deliberou aconselharmos a manutenção de 15% na exposição aos fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) passamos recomendar uma exposição de 30% e não mais de 20%. E para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs diminuímos a alocação sugerida de 35%, para 25%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 10/08/2018



Índices de Referência - Julho/2018