Nossa Visão - 27/08/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, o PMI Composto preliminar de agosto avançou de 54,3 pontos em julho, para 54,4 nesse mês. O PMI industrial desacelerou de 55,1 pontos em julho, para 54,6 em agosto, enquanto o PMI de serviços cresceu de 54,2 pontos para 54,6 no período. Os dados indicaram fraco crescimento da atividade durante o verão.

Já a ata da última reunião do BCE reiterou que os juros serão mantidos no atual patamar até o verão europeu de 2019, sendo que as tensões comerciais vistas pelo mercado é um dos fatores para a manutenção.

Nos EUA, os pedidos de bens duráveis caíram 1,7% em julho, frente a junho, mas tiveram alta de 8,6% nos sete primeiros meses do ano, frente a igual período de 2017. O PMI Composto, por sua vez, cai de 55,7 pontos em julho, para 55 em agosto, o menor nível em quatro meses. Enquanto o PMI industrial caiu de 55,3 em julho para 54,5 em agosto, o de serviços recuou de 56 pontos para 55,2 no período.

Para os mercados de ações da Europa, a semana passada foi de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã avançou 1,51%, o FTSE-100, da bolsa inglesa subiu 0,25%. O índice S&P 500, da bolsa norte-americana, por sua vez subiu 0,86% e registrou nova máxima histórica. O Nikkey 225, da bolsa japonesa subiu 1,49%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,19% na segunda quadrissemana de agosto, subiu 0,10% na terceira. Já o IPCA-15 de 0,13%, registrado no mês, foi o mais baixo para agosto desde 2010. Os aumentos nas despesas das famílias com habitação e saúde impediram um índice ainda mais baixo.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de alta, com o Ibovespa avançando 0,31%. Assim, o a perda no ano se reduziu para 0,18%. Em doze meses houve um avanço de 7,30%. O dólar, por sua vez, subiu 3,72% elevando a alta no ano para 23,50%. O IMA-B Total, por sua vez caiu 0,95% na semana, acumulando alta de 3,47% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,17% em 2018, frente a 4,15% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,12%, frente a 4,10% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,47%, frente a 1,49% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,77, frente a R$ 3,70 no último relatório e em R$ 3,70 no final de 2019, novamente como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 67,00 bilhões em 2018, frente a US$ 68 bilhões na última pesquisa e de US$ 74 bilhões, frente a US$ 72 bilhões na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação da prévia da inflação e da confiança do consumidor em agosto, bem como da taxa de desemprego em julho.

Nos EUA teremos a divulgação da segunda prévia do PIB do segundo trimestre e da renda e os gastos pessoais em julho.

No Brasil, teremos a divulgação dos indicadores parciais de inflação, do PIB do segundo trimestre de 2018 e da taxa de desemprego em julho.

No exterior, além da intensificação da guerra comercial entre EUA e China, com a adoção de tarifas de 25% sobre US$ 16 bilhões em mercadorias um do outro e das tensões com a Turquia, o principal dado a ser divulgado é o da prévia do PIB americano no segundo trimestre. No Brasil, o cenário eleitoral seguirá dominando, apesar da expectativa com a divulgação do PIB no segundo trimestre.

Em relação à alocação dos recursos financeiros dos RPPS, aconselhamos a manutenção de 15% na exposição aos fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) passamos recomendar uma exposição de 30% e não mais de 20%. E para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs diminuímos a alocação sugerida de 35%, para 25%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 24/08/2018

Índices de Referência - Julho/2018