Nossa Visão - 24/09/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a inflação anual ao consumidor foi efetivamente de 2% em agosto e reforçou a possibilidade do BCE começar a normalização da sua política monetária, já nos próximos meses.

Em setembro, o PMI composto da região formado pelo PMI industrial e o PMI de serviços deverá registrar queda de 54,5 pontos em agosto, para 54,2 pontos em setembro, conforme dados preliminares.

Nos EUA, o PMI industrial, que marcou 54,7 pontos em agosto, subiu para 55,6 pontos em setembro e o de serviços que havia marcado 54,8 pontos no mês anterior, caiu para 52,9 pontos na prévia de setembro.

Para os mercados de ações internacionais, a semana passada foi novamente de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã avançou 1,67%, o FTSE-100, da bolsa inglesa subiu 2,55%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, 0,85% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 3,36%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,19% na segunda quadrissemana do mês de setembro, subiu 0,32% na terceira, enquanto o IGP-M subiu 1,34% na segunda prévia do mês, depois de ter avançado 0,67% na primeira.

O IPCA-15, por sua vez avançou 0,09% em setembro, o índice mais baixo para o mês desde 2006, quando a alta foi de 0,05%.

Em relação à atividade econômica, o IBC-Br, calculado pelo Banco Central avançou 0,57% em julho, frente a junho, resultado que ficou acima das estimativas dos analistas. Por outro lado, em sua última reunião, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 6,5% ao ano, dado que as pressões inflacionárias sustentadas pela valorização do dólar foram equilibradas pelo fraco ritmo da atividade econômica.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de boa alta, com o Ibovespa avançando 5,32%. Assim, o ganho acumulado no ano foi de 3,98% e de 5,38% em doze meses. O dólar, por sua vez, caiu 2,75% trazendo a alta no ano para 23,12%. O IMA-B Total, por sua vez subiu 0,63% na semana, acumulando alta de 3,08% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,28% em 2018, frente a 4,09% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,18%, frente a 4,11% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,35%, frente a 1,36% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,90, frente a R$ 3,83 no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2019, frente a R$ 3,75 na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 67 bilhões em 2018, frente a US$ 67,50 bilhões na última pesquisa e de US$ 75,3 bilhões, como na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação da prévia da inflação do consumidor em setembro.

Nos EUA teremos a divulgação da segunda prévia do PIB do segundo trimestre e dos gastos dos consumidores em setembro.

No Brasil, teremos a divulgação dos indicadores parciais de inflação, da ata da última reunião do Copom e da taxa de desemprego no trimestre findo em agosto.

No exterior, a divulgação da segunda prévia do PIB do segundo trimestre é o principal evento e no Brasil a taxa de desemprego e a ata da ultima reunião do Copom, em que novamente a taxa Selic foi mantida em 6,5% ao ano.

Em relação à alocação dos recursos financeiros dos RPPS, aconselhamos a manutenção de 15% na exposição aos fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 25%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 21/09/2018

Índices de Referência - Agosto/2018