Nossa Visão - 19/11/2018

Retrospectiva

Roberto Campos Neto aceitou o convite para presidir o Banco Central durante o novo governo e terá o seu nome indicado ao Senado. É neto do economista liberal, Roberto Campos, ministro do Planejamento no governo do general Castello Branco e trabalhou durante quase 18 anos no Banco Santander. Assim, a nova equipe econômica começa a ser montada.

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a agência Eurostat divulgou a segunda estimativa preliminar do PIB do terceiro trimestre, em que o crescimento foi de 0,2% sobre o período anterior e de 1,7% na base anual. Já a produção industrial em setembro registrou queda de 0,3% em relação ao mês anterior e cresceu 0,9% na base anual.

Quanto à inflação do consumidor em outubro foi confirmada em 2,2%, na base anual e foi o maior aumento desde dezembro de 2012. O resultado sustenta a decisão do BCE de encerrar o seu programa de estímulos em dezembro.

Nos EUA, as vendas no varejo se recuperaram acentuadamente em outubro ao subir 0,8% em relação a setembro, quando a expectativa era de um aumento de 0,5%. Na comparação anual a alta foi de 4,6%. Por sua vez, a produção industrial avançou 0,1% sobre o mês anterior.

Quanto aos preços ao consumidor, o crescimento de 0,3% em outubro foi o maior em nove meses e o acumulado de 2,5% em doze meses, já supera a meta de 2% do FED.

Para os mercados de ações internacionais, a semana passada foi de quedas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã recuou 1,63%, o FTSE-100, da bolsa inglesa caiu 1,29%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, 1,61% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 2,56%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,43% na primeira quadrissemana de novembro, subiu 0,28% na segunda. Já o IGP-M, após ter caído 0,11% na primeira prévia de novembro, recuou 0,35% na segunda.

Segundo o Banco Central, a economia brasileira cresceu 1,74% no terceiro trimestre de 2018, em relação ao anterior, mas na comparação mensal, teve uma retração de 0,09% em setembro. Já o IBGE informou que as vendas no varejo caíram 1,3% em setembro, frente agosto e tiveram uma alta de 0,1%.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de forte alta, com o Ibovespa subindo 3,36%. Assim, o ganho acumulado no ano foi de 15,85% e de 20,53% em doze meses. O dólar, por sua vez, subiu 0,05% levando a alta no ano para 13,44%. O IMA-B Total, por sua vez subiu 0,80% na semana, acumulando alta de 10,91% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus de 16 de novembro, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,13% em 2018, frente a 4,23% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,20%, frente a 4,21% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,36%, como na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,70, como no último relatório e em R$ 3,76 no final de 2019, também como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 70 bilhões em 2018, frente a US$ 68,50 bilhões na última pesquisa e de US$ 75,35 bilhões, comparado a US$ 72,50 bilhões na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação do PMI industrial e de serviços em novembro e da ata da última reunião do BCE.

Nos EUA teremos a divulgação dos pedidos de bens duráveis em outubro.

No Brasil, teremos a divulgação dos dados parciais de inflação, incluído o IPCA 15.

Em semana de feriados tanto nos EUA, quanto no Brasil,  a ata da última reunião do BCE  e o IPCA-15 de novembro são as principais informações a serem divulgadas, além da composição do novo governo no Brasil.

Em relação às aplicações dos RPPS, aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos ainda uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação agora sugerida é de 15%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 16/11/18

Índices de Referência - Outubro/2018